flor da palavra
URGENTE: Por volta da 20 hs indigenas do Pyelito kue foram atacados por pistoleiros
Categories: etnocídio

Denúncia das intimidações e violências com armas de fogo no MS chegam desde
semana passada, fazendeiro ligado ao poder local já avisou na semana de 19
de abril, “dia do índio”, estar com “60 homens armados” para “expulsar os
bugres”, polícia federal, funai, ministério público e até mesmo as fontes do
Acampamento Indígena Revolucionário estão a par da situação local há meses.
Órgãos governamentais das três esferas parecem esperar que um “branco” –
waradzu ou karaiw – morra violentamente em algum revide para pensar em tomar
providências. Não será de estranhar se grupos indígenas do MS partirem “de
uma hora para outra” para o enfrentamento – apesar da desproporcionalidade,
o Estado Brasileiro não deixou muitas opções.

Sobre depoimento dado hoje ao 12º Batalhão de Polícia Militar do RJ (a
pedido de carta precatória do Comando do DF) sobre Terrorismo de Estado
contra famílias indígenas reunidas no Acampamento Indígena Revolucionário em
julho de 2010, o Estado produz as mesmas perguntas em roupagens diferentes
para nunca responder sobre as reais questões (por que o caso estar sendo
tratado pela Ouvidoria da PM se todas as testemunhas insistem que a
violência foi cometida pela Polícia Federal?; por que as perguntas
repetidas, se já foram respondidas e até mesmo revelado que essas mesmas se
revelaram completamente inócuas e inúteis diante das respostas das
testemunhas?; por que só insistir nas perguntas sobre “a camera que foi
quebrada”, se comprovada e sabidamente crianças, idosos e gestantes
indígenas foram agredidos por forças do Estado Brasileiro, alguns
torturados, outros com a vida deliberadamente colocada em risco, como todos
os depoimentos reiteram?; por que insistir na responsabilidade do Governo do
DF se foi a própria AGU, a pedido do gabinete do então Ministro da Justiça,
Luiz Paulo Barreto, por exigência do Planalto, quem solicitou a operação
policial?; por que não, ao invés de procurar desvios pontuais de agentes
policiais distritais, não investigam o conluio criminoso e venal* entre
Planalto, AGU, Justiça (Funai, Polícia Federal) e o palácio do Buriti – 1º
Comando (PM), Bope-DF, Agefis, etc – para, com assessoria da mídia
corporativa e do desinteresse histórico das populações neobrasileiras,
silenciar a insatisfação nacional dos povos indígenas brasileiros e a
exposição – e denúncia – de uma política claramente etno e genocida,
protegendo assim interesses políticos e pecuniários privados em pleno ano
eleitoral?). Essas perguntas, é claro, acabam sempre ficando fora dos
depoimentos finais nas mais diferentes ouvidorias militares.

Abaixo, informe do MS, trazido por Alex Macuxi.

Abraços,
Muita Força,
Murilo

* Obs: Sendo o conluio criminoso e venal o verdadeiro autor das violências
cometidas contra indígenas no dia 10/07/2010, não o agente “A” ou “B”.****

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